Melhor morrer Setembro/08
Existe um atrativo que se busca
Ou que nos busca ou nem busca
Está parada e nós altivos
Não vemos nem tampouco a achamos
Passados varias vezes na maquina de moer
Temperados e destemperados
Ao molho ou secos, disparates ambulantes
Céleres espalhando nossas crinas ao vento
É que temos coisas que nos esperam
Coisas que esperamos e coisas que não são
Coisa nenhuma em nós e por nós
Daí corremos, daí saltamos, daí quebramos a perna
E na cama como antena que capta satélites esquecidos
Morremos parados, incomodados, irritantes horas
Sono que não passa, coisa desagradável em nós
Que nunca deixamos a vida passar, só a passamos
Por baixo, pela direita, como der
E ela parada
Seus cálidos braços em nossa volta
Seu bafo quente e lento em nossa cara
Sua coisa que estranho não vive
E vive tanto que está ali
E ela parada
Se durar, um dia a sentimos dentro de nós
O coração a parar, o ar a parar
A cabeça parada, o sonho parado, o sono.
Abanamos rápido balançamos nossa cabeleira
Num momento de pé, pálido espanto
E ela parada
Nunca mais encarando-a como assassino
Nunca mais
Paz não... nunca...
Melhor moer de novo, temperar mais
Melhor morrer
Parado não.
Alcy Paiva
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
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